25.3.14

 

Somos seres muito complexos. A nossa complexidade deve-se à nossa natureza intrincada, ao conhecimento da ignorância quanto à própria origem, à inquietação do desconhecimento do sentido de estarmos aqui e, bem vistas as coisas, a nossa infinita complexidade deve-se também ao complicómetro com que lidamos com as singularidades da vida. A vida já não é fácil e nós, não satisfeitos, complicamo-la ainda mais.

No meio de tudo isto, pupilam os valores.

Os valores até que são positivos e nos assistem no nosso processo de autoconhecimento e crescimento pessoal… até que deixam de ser.

O valor que eu dou a algo, tu provavelmente podes não dar. Mas tudo certo… viver é aprender a lidar com os irreconciliáveis.

Mas os valores são tão importantes no equilíbrio psicológico e emocional das pessoas que até, perante uma mudança que chega sem se fazer anunciar, nós custamos a deixar os valores outrora tão importantes para nós. As crises são as afirmações de que as mudanças vieram para ficar.

Os valores, se baseados numa escolha discernida do que é o melhor para o nosso crescimento, sem dúvida, criam caráter. Mas quem disse que o caráter é estático? Quem disse que o caráter carece de status quo? Quem afirmou que o caráter é a manifestação impoluta de uma moral perfeita na qual não se mexe? Dito por outras palavras, quem deliberou que eu não posso decidir hoje o que serei amanhã?

O nosso amigo e filósofo Sócrates tem uma frase que cabe aqui: Uma vida não examinada não merece ser vivida.

Eis que uma hora, já competentes para lidar com as dúvidas, conscientes (dos) e em processo de pacificação com os próprios conflitos, pensamos: “- Algo aqui não cheira bem!” Ou então: - “E se isto for de outra maneira?”

É a hora em que ligamos o aparelho da desconfiança para pensar autonomamente nas realidades que vivenciamos, quer estas digam respeito ao nosso universo íntimo, quer se refiram às outras pessoas e contextos em nosso entorno. Assim nasce a renovação dos valores pessoais.

 

Marta Silva

 

Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 10:00  Comentar

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