14.9.15

YogaExercise-AnnaLangova.jpg

Foto: Yoga Exercise – Anna Langova

 

Se pensarmos naquilo que nos distingue como humanos, parece-me improvável que a noção de consciência não aflore, rapidamente, à nossa mente. É, pelo menos, assim comigo. Somos seres conscientes, com capacidade para mergulhar em memórias passadas e em planos futuros; com possibilidades para tomar consciência de cada ação e respiração do nosso corpo... Mas então, num mundo repleto de estímulos e sofisticadas distrações, a nossa consciência afasta-se frequentemente de nós próprios.

Entre preocupações, previsões e preparos, torna-se natural corrermos o mundo de olhos no que ainda não chegou. Os “pres” parecem-me, todavia, antecipações parcialmente desnecessárias. Isto é: quanto tempo passamos com foco em algo que nunca existiu e desvalorizamos, assim, o que de facto nos rodeia?

E depois há as memórias, e as profundas viagens na senda do passado. Não pretendo criticar planos ou lembranças; proponho somente um olhar, uma reflexão, uma tomada de consciência: entre os aléns abstratos onde nos escondemos, onde fica a consciência de onde estamos, do que sentimos e do que, no fundo, somos verdadeiramente?

A meu ver, consciência é o que somos mas, simultaneamente, o que está mais longe de nós próprios; aquela essência ou capacidade que deveríamos procurar com mais força. Quando foi a última vez que nos sentámos conscientes de cada inspiração sem qualquer apego a noções de tempo?

Entre hábitos e impulsos as nossas ações seguem-se sem grande consciência – e assim caminha, como uma sombra invisível, a nossa verdadeira essência a nosso lado. Quando foi a última vez que largámos quaisquer rótulos para desfrutar simplesmente da nossa existência, por um momento?

Consciência de cada ação, de cada emoção e de cada sensação no nosso corpo – esse é o meu yoga, a procura de cada dia. É uma forma de união connosco mesmos, com uma mais autêntica forma de existência. Antes dos rótulos sociais; para além das abstrações no tempo.

Consciência de cada momento e aceitação do presente. Fusão com o espaço e ... enfim, falo somente de experiências pessoais de consciência. Um caminho, a meu ver, digno e belo de ser explorado. À experiência de ser conscientemente; a resposta: felicidade. Súbtil, esmagadora felicidade.

 

Isabel Pinto

 

Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 08:00  Comentar

Pesquisar
 
Destaque

 

Porque às vezes é bom falar.

Equipa

> Alexandra Vaz

> Cidália Carvalho

> Ermelinda Macedo

> Fernando Couto

> Inês Ramos

> Jorge Saraiva

> José Azevedo

> Maria João Enes

> Marisa Fernandes

> Rui Duarte

> Sara Silva

> Sónia Abrantes

> Teresa Teixeira

Setembro 2015
D
S
T
Q
Q
S
S

1
2
3
4
5

6
7
8
9
10
12

15
17
19

22
24
26

29


Arquivo
2019:

 J F M A M J J A S O N D


2018:

 J F M A M J J A S O N D


2017:

 J F M A M J J A S O N D


2016:

 J F M A M J J A S O N D


2015:

 J F M A M J J A S O N D


2014:

 J F M A M J J A S O N D


2013:

 J F M A M J J A S O N D


2012:

 J F M A M J J A S O N D


2011:

 J F M A M J J A S O N D


2010:

 J F M A M J J A S O N D


2009:

 J F M A M J J A S O N D


2008:

 J F M A M J J A S O N D


Comentários recentes
gostei muito do tema artigo inspirado com sabedori...
Não podia concordar mais. Muito grata pelo comentá...
Dinheiro compra uma cama, mas não o sono...Compra ...
Caro Eurico,O cenário descrito neste artigo enquad...
Grande artigo, que enquadra-se com a nossa realida...
Presenças
Ligações