Ressalvando as diferenças de grau e intensidade que fazem a singularidade de cada um, diz-se que todos temos necessidade de rotinas e hábitos; que nos estabilizam, nos dão segurança, e até identidade. E eu, que gosto de variar, de fazer coisas diferentes e até as mesmas coisas de formas diferentes, não posso senão concordar.
Este meu Natal ameaçou ser diferente dos outros, em algo que o define. Felizmente ainda não é desta, mas agora sei (não há como não) que um destes anos vai ser mesmo – já não será a casa dos avós e serão menos pessoas à mesa. E haverá que aprender a amar o que vier a seguir.
No Natal também há coisas pelas quais custa passar. Mas talvez no Natal seja mais difícil, por ser por definição uma época de celebração, de alegria. Penso que mesmo quem não é cristão sem dificuldade se deixará contagiar pelo que tem de festa, de anseios de paz, comunhão e de uma vida melhor vivida. Simultaneamente, parece que a dor se torna mais palpável, a solidão mais pesada, mais presente a consciência de que ainda há muito por fazer.
E, de Natal em Natal, lá vamos avançando.
Ana Álvares
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