A educação lá de casa, da nossa rua ou bairro ou aldeia, e a educação do infantário, da escola, da universidade. A informal e a formatada.
A formal, escolar, acrescentada da formação profissional, parece vir ocupando todo o espaço.
Ensinar e aprender.
Já se reparou que a educação escolar, que é um direito universal de todos os portugueses, de “tão” obrigatória passou a ser, quase sem nos darmos conta, considerada como que um dever, algo que nos é imposto e, em larga escala, que nos é exterior. Algo para onde temos de ir e estar, a escola... Para tantos (a maioria?) a educação, a escola, é apenas e só uma obrigação imposta e que nos é alheia, não nos diz respeito. Há a nossa vida, aquilo que interessa e nos vai motivando e há os assuntos escolares.
A vida é outra coisa!
Será?
A passagem de um estádio de “educação pela vida” para a “educação pela escola” – aplicada em modelos como que mutuamente exclusivos – foi tão rápida em Portugal, brusca mesmo, que gerou desequilíbrios, desvalorizando em demasia, talvez, um conjunto de valores da sociedade, das suas estruturas, família, comunidades, modos de estar e agir, prejudicando a integração de cada um de nós como indivíduo educado e funcional.
Assim a educação, no “campus” e no terreno, é também a passagem de geração para geração de conhecimentos, práticas, hábitos, ideias. O modo como somos e estamos, nos enquadramos e convivemos, estará a ter um saldo positivo nesta evolução geracional? Isto é, o que aprendemos é mais e melhor do que aquilo que “desaprendemos” ou esquecemos, de época para época, como consequência das novas circunstâncias, necessidades, modas, mudanças e estruturações/desestruturações das comunidades, da sociedade que nos envolve e que constituímos?
Jorge Saraiva