20 horas. O horário da visita terminou e percebo no olhar do meu familiar uma suspensão da satisfação pela minha companhia. O meu familiar está a dizer-me que não quer ficar “sozinho”. A noite já tinha caído e, de noite, dentro do hospital, entre quatro paredes brancas, tudo se torna mais intenso… o medo, a ansiedade… as horas não passam. Debilitado, limitado na sua autonomia, fragilizado do ponto de vista mental e físico, o meu familiar sente que precisa de um acompanhamento que lhe permita sentir-se menos mal com os seus problemas.
A única coisa que me ocorre dizer-lhe é que o(a) enfermeiro(a) ESTÁ LÁ. São profissionais presentes 24 horas diárias e que, quando estamos deitados numa cama com os problemas que o meu familiar apresenta, são eles que nos ajudam. Ajudam tendo por base uma formação técnica, científica e humana que lhes permite fazê-lo muito bem. Sei que se regem por princípios éticos e científicos muito sólidos que permitem ao meu familiar sentir um cuidado personalizado, humanizado e sistemático. Este cuidado requer uma relação em que o enfermeiro sabe que o seu objetivo é obter um resultado positivo para o meu familiar. Ele consegue.
Foi isso que eu transmiti ao meu familiar ao despedir-me do seu olhar triste. O (A) enfermeiro(a) ESTÁ LÁ!
A todos os(as) enfermeiros(as),
Muito obrigada por cuidarem de todos nós!
Ermelinda Macedo