Goza, aproveita o teu dia!
Sem dúvidas, parece não haver margem para duas opiniões: o dia de hoje é singular, na sucessão dos dias é irrepetível, único. Seja a ocasião em que vivemos algo de memorável, quando ocorre aquilo a que chamamos um acontecimento, programado e antecipado com toda a atenção e ansiedade, seja só mais um dia que liga ontem a amanhã.
Assim, mais do que um direito, é como que um dever tirar todo o partido do dia de hoje, da vida agora. Entre um passado que já foi e um amanhã que nem sei se vai acontecer, o que interessa é o momento, eu, agora.
O dia de hoje é tudo, mas como é que o mesmo “agora” pode ser tudo no momento para amanhã já não importar para nada? É lugar-comum mas há razão para dizer que os extremos se tocam. O agora é um momento mas não existe isolado, não é estanque do que aconteceu, do que fiz ou não fiz ontem, anteontem; de como reagi ao que me fizeram ou deixaram de fazer. E esta sucessão de momentos vividos determina, em grande parte, em que medida gozarei, conseguirei tirar partido do hoje que virá amanhã...
O caminho é complexo; que bom, há opções a tomar, escolhas a fazer, vale a pena gozar o dia, assim como investir no amanhã.
O dia de hoje é que é importante, mas as minhas decisões de ontem continuam a fazer parte de mim, não passam a ser lixo, algo desprezível. Serão a minha mola ou a minha carga.
Então, posso tentar fazer da vida um prazer, sem ser subjugado pelo imediatismo, nem pela culpa, sem perder a memória, acreditando que o meu futuro também depende de mim.
Bom dia!
Jorge Saraiva