Foto: River – Charles Rondeau
Nos dias que correm, escrever sobre dinheiro torna-se algo complicado: que o dinheiro não é o mais importante já todos ouviram muitas vezes, mas quem se debate pela falta dele, com custo, a cada dia, frisará arduamente que tais palavras são bonitas mas que a vida é cruel e que a realidade é dura. É um tema delicado.
Todos sabemos que é importante contar, planear minimamente; lançar um olhar ao futuro para precaver o que venha. Não gastar mais do que se tem, etc., etc. – mas então e quando o que se tem parece não ser, de todo, suficiente?
Nesta confusão de mundo em que vivemos, que, aparentemente, roda em volta de dinheiro a cada dia, sinto agora não saber nada sobre o tema, não ter absolutamente nada para dizer.
Enfim – obviamente que não tenho soluções, mas tenho uma perspetiva. O dinheiro é uma forma de troca; uma materialização de energia. Como energia que é, deve apenas fluir – muito ou pouco, enquanto for e vier e fluir com desapego, manter-se-á algum tipo de equilíbrio.
Parece-me inútil discutir necessidades de cuidado, ou moderação a ter com o dinheiro. O que acredito, independentemente disso, é que é bom olhá-lo com alguma calma e confiança. É saudável. O dinheiro é uma materialização de energia; vai fluindo, como um rio. Que flua, então, a seu ritmo – com calma, com confiança; e nós estaremos cá procurando que a água não evapore e que o rio continue sempre, sob o sol, a correr no seu curso.
Isabel Pinto