Foto: Business – Petr Kratochvil
A realização de uma atividade por um profissional qualificado tem um papel primordial e indispensável no desenvolvimento das organizações e das sociedades, independentemente do nível de desenvolvimento industrial e tecnológico que são apadrinhados pelo desenvolvimento científico, outra atividade profissional. O trabalho sempre foi um dos desideratos do ser humano qualificável, enquanto ser criativo e prenhe de necessidades; essa foi a característica que mais distinguiu o Homem dos outros seres.
Por sua vez, os homens distinguem-se, dentre outros parâmetros, pela sua produtividade e pelo seu valor, elementos conseguidos através de um percurso baseado na valorização de suas aptidões e competências, um investimento do tempo focalizado na educação e formação contínua, forjando o capital humano que gera value for money.
Este perfil acima traçado e comprometimento com o sucesso é um exercício de feedback que os profissionais procuram de si na justa medida, o seu contributo e papel num processo de trabalho é observável pelos resultados conseguidos com e sem a sua participação. Efetivamente, a capitalização das suas aptidões e competências valorizam ainda mais a sua contribuição individual para o processo como um todo e para o sucesso do grupo.
A conquista ou distinção é mérito das pessoas que estão comprometidas com o trabalho e com o resultado. O foco, a fidelização e a responsabilização são valiosos contributos para o sucesso profissional, conseguido através da aceitação da crítica e abertura para a aprendizagem, bem como a valorização de todos como parte do processo. Efetivamente, as parcerias e os trabalhos em grupo são mais valiosos que os trabalhos individuais porque há participação de mais elementos gerando sinergias.
É consensual que dinheiro suficiente e que baste é sinónimo de sucesso num sistema justo em que os recursos são remunerados de acordo com a sua produtividade, todavia, não é líquido que sucesso, entendido como dinheiro, seja sinónimo de muito trabalho na mesma ordem. Porque os sistemas não são justos nem transparentes, é normal que ocorram desvios e que essa lógica não possa ser generalizada.
O dinheiro é, em termos absolutos, um meio de pagamento, um meio de troca usado para sinalizar as transações comerciais entre diversas pessoas. O dinheiro quando bem aplicado pode criar valor, mas somente numa perspetiva de longo prazo. Assim, entende-se que o dinheiro enquanto meio de pagamento não é valor, esse dinheiro pode resultar em valor dependendo das escolhas que efetuamos hoje relativamente a aplicação desse dinheiro.
Por sua vez, o valor é um produto, um serviço, um ativo, conhecimento ou o portfolio (conjunto destes) que sendo valioso obedeça ao seguinte ciclo: tenha utilidade, exista mercado com poder de compra e que possa assegurar a sua procura e que seja um produto ambiente e moralmente sustentável. Para tal ser verdade, há necessidade de reinventar o valor de acordo com a orientação estratégica do contexto em que está inserido e descobrindo continuamente novas tendências para validar aquele ciclo. O sucesso reside em prolongar o ciclo de vida do valor ou em maximizar os benefícios resultantes da sua exploração.
O Princípio de Pareto é recorrido para, dentre outros, explicar muitas das relações produtivas em sistemas de desempenho com foco no resultado. De acordo com esta lógica, de uma forma sintética, 80% das consequências (resultados) resultam de 20% das causas (fatores produtivos). Num mundo cada vez mais desigual, existem quadros muito mais extremos onde essa desigualdade é mais acentuada.
Relativamente ao trabalho, cultura de trabalho e desempenho, observa-se que uma minoria de pessoas contribui para o grosso do sucesso coletivo, embora um grupo misto e diversificado seja incubadora de alguns líderes que levam o peso do grupo às costas e são, ainda assim, injustamente crucificados.
António Sendi