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Foto: Mother - Unsplash

 

Durante anos questionei-me a que lado da família me assemelhava mais, ao contrário da minha irmã mais velha que herdou o feitio e as feições do nosso lado paterno, e da minha irmã do meio que herdou a personalidade do nosso lado materno, nunca consegui identificar quer em mim quer no meu irmão, semelhanças específicas com nenhuma das partes. Com o passar dos anos fui-me dando conta da “hibridez” da minha personalidade, ao mesmo tempo que encetei uma corrida contra o tempo para puder trabalhar tudo aquilo que herdei e que não gosto ou me faz mal.

Existe uma linha muito ténue entre aquilo que herdamos e o que queremos herdar, seja em termos de caraterísticas, ou em termos de código genético. E nesse contexto a genética – que é a mais universal e legítima das heranças - tanto pode maravilhar como pode condenar.

A genética é a mais ambígua das heranças: por um lado recebemos as caraterísticas menos boas, as doenças e até as situações mal resolvidas dos nossos ascendentes, que inevitavelmente, acabam por desaguar em nós. Por outro lado, exibimos com orgulho as qualidades que nos passam, e que tanto apreciamos: mesma cor de olhos, a mesma frontalidade, a mesma humildade, etc., e no outro reconhecemos traços físicos e de personalidade que nos fazem recordar, com alegria, quem já não está e assim louvar a abençoada genética.

É então que surge uma necessidade de divisar aquilo que somos fruto do que herdamos e aquilo que nos construímos para ser, em alguns casos combatendo o que não queremos ser.

 

No entanto, meus caros, muito mais importante do que preocupar-me com aquilo que sou através dos outros e do que sou através da minha individualidade, é trabalhar o meu todo para deixar o melhor de mim à Herança Maior que recebi e que deixo ao mundo: o Sol em forma de um rapazinho que me foi legado. O meu filho sim, é a maior e mais valiosa de todas as heranças que algum dia podia ter sonhado, e, sem dúvida, a mais nobre que posso deixar ao mundo, não porque tem uns incríveis traços de personalidade e jeitos familiares que me transportam no tempo, mas porque me resgatou às sombras, fez crescer em mim a necessidade de ser melhor a cada dia, e porque me ensina mais do que algum dia sonhará.

 

Ana Bessa Martins

 

Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 09:30  Comentar

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