Foto: Woman - Gerd Altmann
Trabalhar para ontem e não deixar para amanhã o que se pode fazer hoje é um lema de vida que me tem acompanhado. Embora não me tenha ainda dado mal com ele, por vezes sofro com isso. Parece que o tempo me aperta e até me estrangula. Quero dar resposta logo ao solicitado, porque me dizem que é urgente. Faço logo que posso, apenas porque me dizem que é urgente. As solicitações são muitas e são todas para ontem e, assim, eu penso que é urgente e faço desvalorizando o cansaço, desvalorizando os sinais que o corpo me vai dando. Tenho dias assim. Tenho dias que, quando tenho solicitações que me dizem que são urgentes, faço sem parar. Reparo mais tarde que, afinal, não precisava de tanta urgência. Sim, já aconteceu várias vezes. Pessoas com as mesmas solicitações vivem a situação com mais calma. Afinal, poderia responder ao solicitado com uma urgência relativa. Mas, já está. Tenho vozes que me vão dizendo para relativizar a urgência das coisas e dormir sobre os assuntos. Vou fazendo um esforço para me comportar assim. Mas quando dou conta, lá estou eu a responder com a urgência que me é solicitada. Talvez um dia venha a conseguir. Seria bom, porque, de facto, às vezes a urgência é mesmo relativa e o stresse talvez diminuísse. Vou tentar!
Ermelinda Macedo