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Darwin, já no Século XIX, debruçou-se sobre o estudo das emoções, tanto no Homem como nos animais, tendo chegado à conclusão que as emoções, ou a expressão das mesmas, era algo inato a ambos. Para além de reforçar a ideia que já tinha de uma origem comum, levantou a questão da utilidade da expressão das emoções para a sobrevivência dos indivíduos. Darwin identificou seis emoções inatas ou universais - alegria, tristeza, surpresa, cólera, desgosto e medo, que serviriam como uma ferramenta para ajudar o indivíduo e a sua comunidade a sobreviverem (através da observação dos sinais emitidos pela expressão das emoções).

 

Damásio, mais recentemente, volta à questão da utilidade das emoções. Começa por fazer a destrinça entre emoção e sentimento, sendo a primeira a reacção a uma determinada situação indutora e que seria perceptível por um observador externo, e o sentimento sendo a tomada de consciência da emoção pelo próprio indivíduo e que seria apenas perceptível para si.

Apesar de Damásio concordar com Darwin na utilidade das emoções para a sobrevivência, coloca a ênfase na capacidade da emoção de fazer “disparar” reacções rápidas a determinadas situações, potenciando a probabilidade de sobrevivência.

Ao contrário do que foi a corrente dominante durante décadas, que defendia que uma tomada de decisões correcta dependia exclusivamente da razão, Damásio vem defender que a tomada de decisões não pode ser feita sem a participação activa da emoção, sendo esta um complemento imprescindível, tal como a razão, na tomada de decisões.

 

Hoje em dia ouve-se, amiúde, falar da Inteligência Emocional como se da redescoberta da roda se tratasse; no entanto a inteligência emocional, mais não é do que a tomada de consciência (recordamos que é esta tomada de consciência que Damásio denomina de Sentimento) das nossas emoções e consequente a resposta com base nesta auto-consciência.

O verdadeiro desafio da inteligência emocional centra-se na mudança de paradigma, no sentido de ensinar e treinar as pessoas nas tomadas de decisão com base nas suas emoções, sem medo de que essas decisões não sejam tão boas por não serem muito “racionais”.

 

Alexandre Teixeira

 
Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 19:47  Comentar

De ©Marcolino Duarte Osorio a 28 de Agosto de 2009 às 00:13
Estimado Alexandre,

citando-o: «queria apenas dizer que creio que apenas os computadores tomam decisões isentos de emoções.» Meu comentário: Sou um ex-programador (software e hardware), neste momento estou reformado, e a minha idade fisica ronda os 67 anos mas, mentalmente, procuro estar a par da evolução das coisas, das ideias e dos tempos. Não me considero um atrazo de vida... Pode ser que me engane! Por conseguinte, e a meu ver e sentir, um computador não passa de um armazém de informação (dados computáveis). Aprendi a olhar de outra forma um computador, por volta de 1969, naquele celebre filme "2001 Odisseia no Espaço" e outras obras sobre Cibernética, escrita na altura. Em 1976 vivi, na cidade de Kolónia, a primeira experiência Europeia sobre Internete. Por conseguinte, para mim, um Computador é Matéria não Pensante, é uma tentativa falhada do Homem criar algo à sua imagem e semelhança que dá lucros a meia dúzia, e despezas a milhões... Fomenta contactos cmo este que estamos a ter sem sabermos, na realidade, se não somos peseudónimos, bytebiteando por aqui. Não me leve a mal mas é a realidade, nua e crua!

Ao longo da minha vida terrena tive sempre que tomar decisões isentas de emoções. Tinha que ser "Inteligente" primando pela Isenção, desligado de tudo o mais. Existiam vidas em jogo, não apenas uma, mas familias inteiras...

Contudo sou um Ser Humano vulgar, um Homem de Afectos.

Termino como iniciei o meu primeiro comentário: "Inteligencia é-o por si mesma. Há quem lhe dê termos comparativos. Assim, sinto necessidade de não a ter..."

Um abraço!
Marcolino

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