De Alexandra Vaz a 13 de Janeiro de 2010 às 00:44
É verdade, Cidália. Também por questões profissionais, conheço infelizmente muitas situações que encaixam ali direitinhas. Vidas difíceis, inimagináveis, tristes. Pessoas a quem a vida parece nunca ter sorrido tal é a carga que transportam dentro de si. Heranças e lotarias que não pediram ou desejaram. Mas precisamente por existirem é que sinto também que não podemos desistir das pessoas e dos valores. Não podemos mudar o mundo mas podemos fazer alguma diferença no nosso pequeno universo. Podemos tentar entender a dimensão humana de todos nós: falível e volátil. E tentar imaginar o quanto sofrerá também alguém que magoa e erra. Há muitos pais assim: sem estrutura ou referências que repetem comportamentos porque não conhecem outros. E sofrem nesse reviver auto-infligido.... Relembrar valores é lembrar-lhes também da sua dimensão humana. É dizer-lhes que se está (quase) sempre a tempo de mudar o dia seguinte. É fazê-los acreditar que podem - podemos todos - sempre ser melhores. Afinal, têm uma das mais prodigiosas missões na vida: criar um filho.
E já agora, a título de inspiração, era bom lembrar-lhes vezes sem conta que esse filho não faz o que eles dizem. Faz o que eles fazem. Esse e todos os outros.

De Cidália Carvalho a 12 de Janeiro de 2010 às 22:56
Alexandra,
É verdade que o melhor ensinamento é o exemplo, e os pais devem dar o exemplo.
Por questões profissionais imagino que conheças muitos exemplos que não deveriam ser ensinamentos.

De Alexandra Vaz a 12 de Janeiro de 2010 às 04:03
Espera-se muito dos pais e, afinal, nada mais do que lhes é devido, realmente.
Por ser tão importante tudo o que aqui escreve, torna-se gritante conhecer a realidade de tantas famílias com crianças que nascem e vivem aprendendo pela negativa com os seus pais. E que crescem, umas vezes esperando quebrar o ciclo das vicissitudes, outras vezes morrendo por dentro por falta desse afecto tão estrutural.
Há que lembrar os pais da importância do seu papel e revesti-lo de muito amor e cumplicidade. Há que garantir aos filhos que ser-se amado e protegido é um direito, não uma opção no cardápio.
Viva a família que, longe de ser perfeita, vive os seus dramas com resiliência e positivismo e as suas alegrias com entusiasmo (ainda que as pernas falhem, muitas vezes, ao longo da caminhada). Mas sempre, sempre, de mãos dadas.

De José Quelhas Lima a 11 de Janeiro de 2010 às 20:58

Gostei do texto,Andreia.
Continua a ser importante chamar a atenção para os princípios que deveriam constar num"Certificado de habilitações básico para se ser progenitor".

De Joel a 8 de Janeiro de 2010 às 21:40
Pois é, os pais (ou seus substitutos) desempenham um papel fundamental no desenvolvimento da característica mais importante e diferenciadora de cada invivíduo: a sua identidade. Esta característica é fruto primeiro da genética e depois de tudo a que a criança se expõe. O papel dos pais não se esgota na concepção nem na educação. São também, como dizes, protectores, orientadores, modelos de vida que podem (ou não) ser seguidos.
Uma vez pai, sempre pai.
Gostei do tema e do texto.
Abraço.