A mim, o Natal traz-me uma mistura de sentimentos, sendo que alguns devem-se às minhas próprias experiências e vivências e outros devem-se ao que me vai sendo possível observar no meu entorno. E são estas últimas que me levam a escrever agora, um pouco.
Nesta época do ano andamos todos encantados da vida a tentar estourar o subsídio de Natal com aqueles de quem mais gostamos, na esperança que em troca de um presente recebamos um sorriso.
É um momento em que esquecemos tudo de mau que nos rodeia e o discurso de toda a gente é cheio de optimismo (pelo menos enquanto as luzes de Natal piscam no pinheiro).
No entanto, para algumas pessoas, o Natal não é uma época de troca de prendas, nem de luzes, nem de montras cheias e mesas fartas de doces e familiares. É uma época de dor, de solidão e de abandono.
Li há dias uma reportagem sobre os nossos idosos que, nesta época natalícia, são abandonados nos hospitais, pelas famílias, como se de um rafeiro sarnento se tratasse.
O que é que este tipo de atitudes diz de nós enquanto seres humanos e enquanto sociedade? Para onde nos dirigimos quando viramos as costas a quem, muitas vezes com sacrifício pessoal, deu tudo o que tinha para nos criar? Como é que conseguimos celebrar a consoada, sabendo que deixámos alguém para trás?
É este o espírito natalício e católico que queremos passar às próximas gerações?
Espero que não...
Espero que este ano todos tenhamos o melhor Natal possível e que merecemos, junto de quem Amamos!
Alexandre Teixeira