Agora, é o fim do passado e o início do futuro. É o momento de viragem, de mudança, entre o que foi e o que será, entre o que fui e o que serei. Agora, é o tempo da decisão, da mudança. Falo da minha vida.
Para mudar devo decidir bem. Para decidir bem necessito de um agora estável, confortável. Só terei um agora estável se ele surgir de um passado estável. Só terei um futuro estável se decidir bem, agora. Resumindo: necessito de estabilidade, antes, agora e no futuro. Só com estabilidade posso mudar.
Mas tendo estabilidade, quererei mudar? Sim, quererei, porque a estabilidade e o conforto não me resignam, inquietam-me. Quero sempre mais, quero sempre diferente, necessito da mudança, é a minha mola e o meu estímulo. Não me iludo com o bem que tenho pois ele engana-me e atraiçoa-me, cega-me para o fazer mais e melhor, para o fazer diferente. E eu quero ver, quero ver sempre, quero ver tudo.
Agora vejo uma folha em branco. Para que a quero branca? E o que faço com ela? O que quero eu alterar nesta alvura? Como posso eu alterá-la? Com palavras, certamente, mas qual o seu objetivo? Para quê gastar energia, para que esse trabalho? Para qual futuro? Para aquele que fica entre o que me deixem construir e o que eu consiga construir.
São estas as dúvidas. É este o impulso.
Fernando Couto