Foto: Starting Blocks - Peter Griffin
Toda a ação remete a um processo mental e deliberado de planeamento formal para assegurar objetivos definidos, recursos à disposição, motivação que baste, estrutura e estratégia alinhada ao contexto interno e externo, de forma a corporizar e definir um modelo de negócio viável rumo ao almejado sucesso, com a devida eficácia e eficiência.
Esse momento de indução à ação emerge de um estado de carência de recursos ou frustração de expetativas advenientes do histórico da existência humana, no seu complexo interacional e contratual com os diferentes agentes. A natureza contratual estabelecida com as diferentes partes explica a complexidade e urgência na busca de respostas ajustadas às suas necessidades.
A gestão das expetativas derivadas dessas relações, dependendo do poder negocial e do nível de confiança existente, podem e devem acomodar-se à abertura e restrições existentes entre ambas as partes, no princípio de transparência e boa-fé, procurando encontrar e explorar respostas a esse nível e, excecionalmente, no plano exterior, para colmatar as ausências da primeira opção ou mesmo complementar os resultados ali obtidos, sem colocar em perigo o segredo e privacidade requerida para o sucesso dos mesmos, nem tornar-se uma atitude canibal.
O tempo é uma dimensão transversal e diferenciadora neste processo, exercendo pressão contínua ao elo mais fraco que, despido de alguma capacidade de improviso, pode acabar por ceder e denotar fragilidades, manifesta por lócus de controlo externa. A pressão do tempo cronológico ou psicológico não passa despercebido, criando alguma impaciência, ansiedade e insegurança para os expetantes, agudizando ainda mais o desempenho do ator.
Em resposta a isso, a mente gera cenários alternativos para criar um efeito contrário, mesmo não se acreditando nas suas implicações práticas e imediatas. A criatividade humana e imaginária pode manipular as variáveis internas na tentativa de reformular o âmbito e as expetativas para se ganhar algum tempo, para pensar e agir.
A linha do tempo que medeia as expetativas e cria rutura entre a referência, a atitude e o sonho, respetivamente o passado, o presente e o futuro, serve de guia para perfilar a nossa fama. Por uma questão de sobrevivência, augura longa vida aquele que cria expetativas altas com base nas suas atitudes, e corre o risco de extinguir aquele que vive agarrado a um passado de glória, evitando correr novos riscos, perdendo a oportunidade de romper para a conquista dos seus sonhos.
O tempo, o agora, coloca desafios na mesma medida que coloca medos, aos perfecionistas, o medo de falhar, e aos derrotados o medo de nunca tentar, e assim ser descoberto que ausentou-se deliberadamente de sua posição. Mas, o agora, a nossa vez, que mesmo tardando sempre chega, quando ocorre nada resta senão tentar, logo, é seguro estar prevenido ao plano que tivermos traçado com antecedência.
Disto resulta que o melhor momento para agir será certamente agora, porque aqui temos o poder de antecipação, a prevenção necessária para com tempo consentir erros de aritmética cometidos, aprender com os mesmos, progredir e desenvolver fibra, resiliência para sustentar a longa caminhada.
António Sendi