Foto: Girl - Adina Voicu
No tempo e no espaço em que nos situamos, a nossa vida percorre o seu caminho num sentido irreversível. Para uns, é mais longa; para outros, é mais curta. Para todos, porém, atingindo o seu limite que lhes é imposto pela própria “Natureza” não volta para trás. É assim a essência da vida! Já diz a sabedoria do povo que “a primavera volta sempre, mas a mocidade não volta mais”, refletindo-se neste pequeno aforismo popular o caráter irreversível da vida. O relógio do tempo - se assim podemos considerar - que marca as várias fases da nossa vida, não para até atingir o seu limite. O presente sai do passado, o futuro sairá do presente. É a razão de viver no espaço que chamamos Terra, num tempo que é sempre o mesmo, por onde passa a nossa vida. Nele, passamos e vivemos com tudo o que nos é inerente, nesse tempo que é infinito, mas limitado temporalmente para todos nós. Todas as coisas naturais da vida, consideradas como naturais, ocorrem sempre num só sentido, numa direção irreversível, sendo por isso fácil reconhecer a ordem temporal com que acontecem. As ações irreversíveis são muito comuns na “Natureza”, pelo que devemos saber compreendê-las e aceitá-las, pois só assim estaremos no caminho certo da vida. Em contraposição, as atitudes de todos nós, enquanto dependentes do nosso arbítrio ou da nossa vontade, poderão, na maioria das vezes, ser revertidas quando assim se justifique e contribua para a afirmação da dignidade humana. É com base neste princípio e quando estão em causa os valores fundamentais da sociedade, que, sendo possível, devemos saber recuar, voltar ao princípio para corrigir as nossas atitudes e as nossas ações.
José Azevedo