Foto: Hourglass - Annca
No nosso dia-a-dia, temos por hábito colocar a urgência à frente da prioridade, sacrificando, frequentemente, valores importantes da nossa vida, nomeadamente, a saúde, a segurança e o nosso bem-estar. Pomos de lado as prioridades para atender ao urgente, deixando-nos subjugar pela urgência, o que nos tolhe e nos retira a clareza e o discernimento necessários para poder decidir serenamente.
Quantas vezes, por sermos escravos da urgência, não damos prioridade àquilo que é prioritário, em manifesto detrimento do que é fundamental para um viver saudável. Prioritário é aquilo que é mais importante, aquilo que deve ocupar o primeiro lugar e que deve sobrepor-se, sempre que possível, à urgência. Esta, afinal, apenas traduzirá aquilo que urge, aquilo que é iminente, muitas vezes sem conteúdo significativo, e que não nos permite ir mais além, porque nos sufoca, nos aperta, nos oprime, comportando-se como uma entidade tirânica que controla todos os nossos movimentos e interesses.
Nos tempos que correm, a nossa vida é, infelizmente, dominada pela tirania da urgência; esta impera sobre o importante, criando uma autêntica vida de tensão. Como seria bom poder vermo-nos livres dessa tirania!
Atribui-se a Eisenhower a frase “O que é urgente raras vezes é importante, e o que é importante raras vezes é urgente”. Muito significativa esta máxima, dado que muitas tarefas consideradas urgentes não precisariam de ser feitas hoje ou até nos dias próximos, podendo, no lugar delas, ser realizadas outras mais prioritárias, mais úteis, com mais interesse e de maior relevo ou importância social, pois, nem tudo na vida que é urgente é prioritário.
Antes que seja tarde de mais, livremo-nos da tirania da urgência, do seu jugo, saibamos gerir o nosso tempo de acordo com a ordem de prioridades do que é mais profícuo e importante na vida. Afinal, esta é uma só e vale a pena ser vivida, mas sem qualquer tipo de opressão ou constrangimento.
José Azevedo