Para ver, ouvir e pensar (com tempo). E, porque não, comentar?
Cidália Carvalho
Comemorou-se ontem o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, e numa rápida pesquisa encontrei o seguinte texto sobre o tema:
"O dia internacional das pessoas com deficiência é uma data comemorativa internacional promovida pelas Nações Unidas desde 1998, com o objectivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência e para mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspecto da vida política, social, económica e cultural."
E se é verdade que vejo cada vez mais os lugares de estacionamento para deficientes, nos centros comercias, a serem respeitados pelo comum dos cidadãos, questiono-me se realmente cada um de nós, individualmente ou como membro activo da sociedade, temos feito o devido esforço no sentido de que o texto acima transcrito não seja apenas um conjunto de palavras bonitas, sem qualquer tipo de significado prático?
Eu acho que sou um nacionalista convicto, não digo apenas com orgulho que sou Português quando a selecção ganha no futebol. E por ser nacionalista gosto muito do meu país e tenho muito orgulho nele, o que não me impede de ver os seus (meus) defeitos e apontá-los com o intuito de contribuir para um país cada vez melhor e, acredito, que essa melhoria passa também, sem dúvida, por uma melhor integração de todos os seus cidadãos, tenham ou não algum tipo de deficiência associada.
Alexandre Teixeira
A propósito da exposição de fotografias "Vidas todos os dias", de Marcus Garcia Moreira, que está patente no Centro Português de Fotografia (Antiga Cadeia da Relação do Porto, na Cordoaria), tive a sorte de ser convidado a assistir à conferência "Arte e Inclusão", onde participaram para além do já referido fotógrafo, representantes da Cerci Espinho e do Espaço T, que defenderam apaixonadamente, a inclusão e a não discriminação pela sociedade dita "normal" das pessoas que possuem algum nivel de "anormalidade", no entanto, para mim, o que me me tocou mais, não foram as palavras destes representantes, mas sim as fotografias de Marcus Garcia Moreira.
Nelas conseguimos percepcionar a alegria contangiante de quem possa ter menos do que nós e ainda assim, tirar daí alegria de viver. É acima de tudo uma lição de vida à qual não devemos passar despercebidos nos dias que correm.
Alexandre Teixeira