28.5.10

 

 

Sim… viver com uma fobia é estar constantemente expectante de um desencadeamento de pensamentos que levam ao limite – assim de repente – e fazem sofrer de tal maneira que tudo à volta perde sentido… E o principal? É mesmo a sobrevivência e a saúde mental.
Viver, sempre a desejar que isso nunca tivesse tido um início… ou que agora tenha um fim… Em crises agudas, pensamentos acerca da morte, ou da impotência perante tais sentimentos, são prementes e persistentes. O que fazer com a vida quando se está limitado dentro de um medo, de um receio constante?
Sim, o mundo é perigoso… Esta é a premissa para todos os medos exacerbados e irracionais que a partir daí podem ser construídos e desenvolvidos.
Opção 1: - Sim, é perigoso… mas vivo e quero viver!
Opção 2: - Sim, tão perigoso que não consigo viver sem pensar que a qualquer momento poderei morrer!
Qual das duas opções? Obviamente a primeira que, com flexibilidade e racionalidade, permite confiar na vida e esquecer o pensamento “mau” e intrusivo que assombra a pessoa fóbica.
A essência? Perigo conjugado com descontrole.
A base? Crenças irracionais.
Cura? 100% enfrentamento. Digamos que com técnicas medicamentosas é possível viver adaptativamente, apesar de que sempre dependente: retirada a medicação, o medo continua.
É importante perceber que sentir medo é fundamental e faz parte da sobrevivência do ser humano. Caso contrário, como fugir de um estímulo aversivo? Como optar entre lutar e fugir perante uma ameaça de morte? O medo impulsiona para a acção.
O medo só se torna um inimigo insuportável quando nos deixamos dominar por ele. Quando os pensamentos lançam mentiras que fazem bloquear.
 
Uma vez disseram-me que as pessoas com algumas doenças mentais eram dotadas de um grau elevado de inteligência. E eu remato que sim, isso poderá ser possível e ter a sua lógica… mas estas seriam mais dotadas ainda se, com toda a sua inteligência, conseguissem manter uma atitude e pensamentos saudáveis e adaptativos. Aí sim, utilizariam a sua inteligência para o seu bem!
 
Ana Lua
 
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16.4.10

 

A morte bate-nos à porta todos os dias, na televisão, nos jornais, ou quando perdemos familiares, amigos ou conhecidos. Não é escondida e é muitas das vezes explorada, mas, ao mesmo tempo, é encarada com receio, com medo, como uma espécie de tabu individual.

 

Receio da incerteza? Insegurança perante o desconhecido? A morte aparece sempre mais ou menos envolvida num manto de mistério. É um acontecimento que temos como certo, que aparece de surpresa, mesmo para aqueles que esperam por ela. Uns anseiam-na como prémio esperado por um percurso de vida condicionado pelo fim da existência, outros vêem-na como solução para os seus problemas, como um fim para uma vida de sofrimento, Outros ainda, receiam-na e, inclusive, sentem terror perante o seu pensamento.

Numa tentativa para explicar esta ansiedade, entendida como um medo difuso, ou mesmo medo de algo concreto, alguns estudos referem que as pessoas com maior medo da morte tendem a vê-la de forma mais negativa e temem-na mais à medida que envelhecem. Outros estudos mencionam que o medo da morte aparece associado a três dimensões: ao próprio significado subjectivo da morte, à lamentação face ao passado do não concretizado e, finalmente, em relação ao futuro, porque a pessoa verifica que não pode atingir todos os objectivos propostos dada a finitude da sua vida. Há alguns dados que mostram correlação entre a ansiedade face à morte e a espiritualidade e religiosidade. Parece que as pessoas com elevada ansiedade face à morte vivem mais insatisfeitas em comparação com aquelas que sentem uma baixa ansiedade, o que é compreensível.

 

Claramente, a “fé”, seja ela qual for, tem um papel fundamental na forma como se encara a morte e a vida e o seu sentido.

Epicuro, filósofo grego nascido em 341 A.C., examina a morte como não sendo nada. Ele diz: “A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.” Será o nada, o não mais ser? Ou o portal para o tão aguardado prémio ou temido castigo?

Por outro lado Immanuel Kant apresenta-nos um pensamento audaz: “Se vale a pena viver e se a morte faz parte da vida, então morrer também vale a pena…”

Será uma passagem, uma porta para outra dimensão, o acesso a outro nível de consciência, o encontro com a nossa alma, o regresso à nossa essência espiritual?

Certezas? Para poucos. Dúvidas - diria eu - são muitas e preocupam a maioria das pessoas.

 

A morte poderá ser decisiva, poderá ser o fim em si mesma, mas também pode ser compreendida, sentida, chorada. Pode ser entendida como lição de vida e de amor das pessoas que fizeram parte do nosso mundo individual, que recordamos com saudade e que deram, e dão, sentido à nossa existência fazendo parte de nós e da nossa história.

Vale a pena o atrevimento de sermos felizes, de sermos o que quisermos, de fazermos o que decidirmos e de viver intensamente cada minuto como sendo o último, e único, porque nada está garantido. E a vida? É tão frágil!

 

Ana T

 

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14.7.09


 


“O medo é um sentimento que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. Obtido a partir do contacto com algum estímulo físico ou mental, dispara uma resposta fisiológica no organismo, preparando o indivíduo para lutar ou fugir. Pode provocar atenção exagerada a tudo que ocorre ao redor, depressão, pânico, etc.” (retirado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Medo).

 

O medo aprisiona, o medo sufoca, o medo paralisa… Viver com medo é não viver de todo… É sentir-se aprisionada e impotente perante a própria vida… É mostrar-nos o quão pequenino nós somos… É fazer-nos desistir de todos os nossos sonhos e objectivos por falta de força e esperança no futuro… No fundo, o medo vai retirando a vida aos poucos… dia a dia, enfraquecendo a chama da vida, embaciando o brilho no olhar, extraindo qualquer segurança em si próprio.

 

Mas… porquê ter medo? Porque surge o medo exacerbado da vida? Todos os pequenos indícios de que o medo possa surgir criam apreensão, inquietação, e daí ao medo, são segundos… como se o medo se alimentasse do próprio medo!!!

 

São vários os factores que levam aos medos ditos “irracionais”. Tendo a ver com factores psicológicos – falta de serotonina? – com factores educacionais e sociais… Crescemos numa redoma e claro, o mundo está cheio de perigos! Se não crescemos numa redoma, então são acontecimentos traumáticos que nos trazem por acréscimo esta “prenda” que é o medo…

 

Mas o melhor de tudo e que vos quero passar: é que é possível viver-se com o medo… não é fácil… é uma luta constante pela vida… mas é possível!

 

Ana Lua

 
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